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20/07/2021
Situação da mulher negra latino-americana é tema de tribuna livre
Reprodução
A tribuna livre foi realizada de forma remota.
A pesquisadora Mory Márcia de Oliveira Lobo comentou sobre o assunto durante a sessão ordinária desta terça 

A condição da mulher negra latino-americana e caribenha foi tema da Tribuna Livre na sessão ordinária da Câmara Municipal de Cuiabá, nesta terça (20), com a participação da pesquisadora Mory Márcia de Oliveira Lobo, a convite da vereadora Edna Sampaio (PT).

A palestra fez referência ao dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e caribenha. Segundo a pesquisadora, a data foi oficializada em 1992, na República Dominicana, mas no Brasil já havia ganhado força com o trabalho da pesquisadora negra Lélia González, nos anos 1970 e hoje também é simbolizada pela líder quilombola Tereza de Benguela.

A pesquisadora, que é doutoranda da Universidade Federal de Mato Grosso, discutiu dados de levantamentos científicos e órgãos oficiais que mostram a situação de maior vulnerabilidade da mulher negra.

Uma delas, de autoria do Instituto Datafolha, mostrou que em 2020, as mulheres negras foram 62% das vítimas de morte por agressão. No mesmo período, 12 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência e 5,2 milhões, foram vítimas de assédio no transporte público. Mais de 4,4 milhões sofreram agressão física e, em 61% dos casos, elas foram praticadas por pessoas conhecidas.  

Desigualdades - A pandemia acirrou as desigualdades econômicas no país, atingindo diretamente as mulheres negras, que são a maioria entre as mulheres chefes de família. Ela citou dados do Instituto Data Favela segundo os quais mais de 70% das 5,2 milhões de mães, em sua maioria mulheres negras, afirmaram que a alimentação ficou prejudicada pela falta de renda.

Oito a cada 10 delas alegam que a renda caiu por causa da pandemia e 92% dizem que terão dificuldade para comprar comida.

Esta realidade reflete a situação das mulheres negras na América Latina e no Caribe, cuja pauta é historicamente excluída dos debates e estudos sobre questões de raça, gênero, sexualidade, entre outros, o que contribui para silenciar sua voz.

Segundo Mory Márcia, o objetivo do 25 de julho é dar visibilidade à condição de opressão da mulher negra e à sua história de organização para a luta por justiça.

“Esta data vem como um grande referencial para aprofundar essa discussão, criando espaços, interfaces de expressivo alcance não somente para uma política de cuidado e de gênero, mas também visibilizar esses discursos racistas e sexistas”, disse Mory Márcia.

“Eles precisam ser descortinados, transversalizados, cada vez mais, por políticas públicas, por leis, pelo viés da pesquisa em todas as áreas em que se faz ciência em que se faz política nesse país", afirmou.

Edna Sampaio agradeceu a presença da palestrante, que também é pedagoga e desenvolve pesquisas sobre a atuação política das mulheres negras nas redes sociais.

“Nossa luta, como mulher negra, vem de muito longe, como dizem os nossos companheiros. Uma mulher negra, em qualquer espaço, nunca é uma mulher sozinha, ela traz consigo uma coletividade”, afirmou a vereadora.

Neusa Baptista/Gabinete Vereadora Edna Sampaio



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