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A execução do possível despejo de mais de 300 trabalhadores do comércio ambulante da área central de Cuiabá só não vai resultar em confronto porque a Câmara de Cuiabá tomou a frente do diálogo com a Prefeitura Municipal e os atuais ocupantes de ruas e calçadas. O vereador Misael Galvão (PR) assumiu a interlocução justamente por causa das “informações desencontradas” de ambos os lados e ameaças veladas de um e de outro.

"É possível encontrar uma solução sem haver enfrentamento, já que há inúmeras áreas que podem ser disponibilizadas para atender aos trabalhadores do comércio ambulante”, argumenta Misael, com a experiência de 20 anos no comando da Associação dos Camelôs do Shopping Popular de Cuiabá. “É uma experiência ímpar e vamos tentar colocar em prática as nossas propostas”, pondera Galvão.

Um dos primeiros passos é a reunião na tarde desta terça-feira, a partir das 14h30, no 5º andar do Palácio Alencastro, entre o novo secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Márcio Puga, e o ex-secretário Silvio Fidélis (Governo) com os líderes dos camelôs e a Misael Galvão.

“Creio que já conseguimos evitar o pior, que seria transformar a área central em campo de batalha, no caso de um despejo à força. Agora vamos buscar alternativas viáveis”, aponta o vereador republicano. Uma das propostas a ser apresentada por Misael é uma moratória de 30 dias para que ocorra a desocupação das ruas e calçadas.

Outra proposta seria readequar as instalações do atual Mercado Municipal, inclusive verticalizando sua estrutura, para receber os camelôs e outros pequenos comerciantes. Misael lembrou que há recursos no Orçamento Geral da União (OGU), vinculado ao Ministério das Cidades, justamente para melhorias do gênero. “Basta vontade política para resolver o problema sem traumas e, ao mesmo tempo, assegurar centenas de empregos diretos e milhares de indiretos”, completa Galvão.

Ronaldo Pacheco