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Nesta terça-feira (16-04), o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel, reuniu-se com uma comissão da Associação de Famílias Vítimas de Violência no seu gabinete, representada pelo pai do menino Kaytto Guilherme, Jorgemar Reis, e Odilza Sampaio, presidente da associação (caso Tijucal). A entidade surgiu após a morte do menino Kaytto Guilherme Nascimento Pinto, de 10 anos, vítima do pedófilo Édson Alves Delfino, 29 anos, que o sequestrou, violentou e asfixiou. Kaytto estava desaparecido desde 13.04.2009 em Cuiabá, e foi encontrado morto em 17.04.2009, num terreno baldio existente nos fundos da 13ª Brigada do Exército Brasileiro, a 500 metros do Fórum da Capital.
 
Os membros da comissão informaram confiar no Poder Legislativo para que a Justiça - envolvendo casos semelhantes - seja cumprida integralmente. "Gostaríamos de contar com total apoio dos parlamentares para que ocorra mais agilidade nos julgamentos de casos semelhantes, de violência bárbara", externou Jorgemar Reis. Ele explicou que a burocracia, por vezes, emperra o andamento da Justiça aplicável às diversas transgressões de grave teor criminoso. "Daí a necessidade de o Legislativo se somar conosco nessa luta".   
 
O presidente João Emanuel, mais uma vez, prontificou-se a ajudar a entidade a consolidar suas correntes de força. Afirmou que as portas do Parlamento Municipal encontram-se abertas para acolher os pedidos da sociedade, em geral. "Podem contar conosco, com nosso empenho e sensibilidade. A vinda de vocês aqui tem gerado ecos de cobrança contínua para que as injustiças não encontrem a menor guarida no município cuiabano".
 
 
Hoje, segundo a comissão informou ao dirigente da Casa de Leis, a associação atende todos os familiares vítimas de crimes bárbaros, lista crescente a cada mês. "Mas, apesar disso, nossa entidade ainda carece de sede própria para poder trabalhar com a desenvoltura desejada", pontuou. João Emanuel lembrou que esse pedido está sendo trabalhado pelo Parlamento. "É importante que vocês tenham uma lugar próprio para sediar essa importante missão que realizam em prol da sociedade. Temos empreendido diligências no sentido de que a Associação de Famílias Vítimas de Violência consiga esta sala o mais breve possível".
 
Emanuel também informou já existir um entendimento com o Tribunal de Justiça para a implantação de uma Vara Especializada nesses crimes, o que possibilitaria  agilizar os julgamentos. "A família brasileira, em geral, busca hoje por Justiça, e o alerta geral que a entidade que representam emite tem respaldo em cada lar do nosso País: todo mundo clama por mais segurança, teme que suas famílias fiquem expostas à bandidagem, a cada dia mais covarde e à vontade para perpetrar crimes bárbaros contra pessoas indefesas. É preciso dar um basta nisso. Nós, vereadores, também apoiamos toda e qualquer iniciativa que possa coibir a violência e que coloque a família sob risco de se inserir como alvo da marginalidade crescente".
 
O pai do menino Kaytto, Jorgemar Reis, disse que o apoio do Parlamento cuiabano, destacado pelo presidente João Emanuel, significa maior estímulo de luta aos integrantes da entidade. A associação, acrescentou, tem tentado chamar a atenção dos poderes institucionais para a seriedade da luta que seus membros encetam há anos. "Quem sofreu qualquer tipo de violência pode assimilar tais sentimentos. E quando ela acomete seres queridos, nossas crianças, filhos, então a dor não se explica, é lancinante, extrapola as razões do entendimento e da própria racionalidade. É quando se questiona até onde o homem pode chegar com tanta crueldade".

João Carlos Queiroz/Flávio Garcia Secom/Câmara